Campanha Setembro Amarelo reforça a importância da prevenção ao suicídio, da valorização da vida e da saúde mental. Saiba como apoiar e onde buscar ajuda.
Foto: Freepik
O mês de setembro marca uma das campanhas de saúde mais relevantes no Brasil e no mundo: o Setembro Amarelo, iniciativa voltada para a conscientização sobre a prevenção do suicídio, a valorização da vida e a promoção da saúde mental. A ação, que tem ganhado cada vez mais espaço na sociedade, busca quebrar tabus, abrir espaços de diálogo e alertar sobre a necessidade de apoio às pessoas que enfrentam sofrimento emocional.
A origem da campanha
O Setembro Amarelo surgiu em 2015 no Brasil, inspirado em movimentos internacionais que já trabalhavam a temática da prevenção do suicídio. A cor amarela foi escolhida em memória de um jovem norte-americano chamado Mike Emme, que, em 1994, morreu por suicídio e era apaixonado por carros amarelos. Amigos e familiares passaram a distribuir fitas amarelas como forma de conscientizar sobre a importância de falar sobre o tema.
Em Goiás, alguns dos principais pontos de atendimento em saúde mental são os Caps, que possuem porta aberta, não havendo necessidade de agendamento prévio para primeiro acolhimento ao paciente.
Desde então, a campanha se espalhou pelo mundo e, no Brasil, é promovida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), contando também com o engajamento de órgãos públicos, entidades privadas, escolas e a sociedade civil.
A realidade do suicídio
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no planeta, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. No Brasil, os dados do Ministério da Saúde indicam que, em média, 14 mil pessoas tiram a própria vida por ano. Os números evidenciam a urgência do tema e reforçam que a prevenção é possível.
Especialistas apontam que, em muitos casos, os sinais de sofrimento são perceptíveis, mas acabam sendo ignorados ou tratados com preconceito. Mudanças bruscas de comportamento, isolamento social, falas sobre desesperança e desistência da vida podem ser indícios de que alguém precisa de ajuda imediata.
O valor da escuta e da empatia
Um dos principais objetivos do Setembro Amarelo é incentivar a população a falar sobre saúde mental sem estigmas. Para quem sofre, poder compartilhar sentimentos é um passo importante. Para quem escuta, oferecer acolhimento sem julgamentos pode ser decisivo.
A empatia, a atenção e a disponibilidade para ouvir podem salvar vidas. Pequenos gestos, como perguntar se a pessoa está bem, oferecer companhia ou simplesmente estar presente, contribuem para que o indivíduo em sofrimento não se sinta sozinho.
Saúde mental como prioridade
A campanha também chama atenção para a importância de investir em políticas públicas que fortaleçam a rede de saúde mental. Serviços como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), unidades básicas de saúde e programas comunitários têm papel fundamental no acolhimento de pessoas em crise. Além disso, escolas e ambientes de trabalho precisam promover espaços de diálogo e cuidado emocional, ajudando na prevenção desde cedo.
O Setembro Amarelo ressalta ainda que cuidar da mente é tão essencial quanto cuidar do corpo. Práticas como atividades físicas, lazer, vínculos sociais saudáveis e acompanhamento profissional podem reduzir riscos e melhorar a qualidade de vida.
Onde buscar ajuda
Em situações de sofrimento emocional, é importante não hesitar em procurar apoio profissional. Psicólogos, psiquiatras e equipes de saúde estão preparados para oferecer tratamento adequado. Além disso, o Centro de Valorização da Vida (CVV) presta atendimento gratuito, sigiloso e voluntário pelo telefone 188, disponível 24 horas por dia, em todo o território nacional.
Um compromisso coletivo
O Setembro Amarelo não se resume a uma campanha de um mês, mas representa um compromisso coletivo com a vida. Falar sobre suicídio não incentiva o ato, pelo contrário: abre espaço para acolhimento, informação e esperança. Cada pessoa pode ser agente de transformação, contribuindo para uma sociedade mais solidária e consciente.
A valorização da vida deve ser pauta constante. E, se o Setembro Amarelo nos lembra da importância de cuidar uns dos outros, que essa mensagem se estenda para todos os meses do ano, fortalecendo redes de apoio, derrubando preconceitos e mostrando que pedir ajuda é, acima de tudo, um ato de coragem.